segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Ano que começa bem, rola bem!

AMO ano que começa. Parece que os problemas acabaram naquele que foi embora e que tudo vai dar certo agora. Minha fé e esperança se renovam, deleto tudo o que não presta e só deixo aquilo que dá brilho na vida.
Por isso, minha gente linda: vamos viver 2013 de ponta a ponta da forma mais linda e prontos para colher as maiores bençãos da face dessa Terra!

Tive um réveillon MARAVIJOSO, com gente da melhor qualidade e que amo demais! Antes disso, tive um Natal cheio de amor...afinal em casa que tem criança, cachorro e piscina não falta diversão e amor, né?

E no meio da empolgação dos happy holidays, lembrei de um réveillon com altaaaaas emoções. Daí pensei: “para tuuuuudo, tenho que contar isso pá galerê”.

2007 para 2008. Sol, verão, praia e areia carioca a todo vapor.
Sabem quando paulista até morde os “beiço” rumo ao Rio?
Parece que não cabe mais felicidade dentro das pessoas, né? Confesso que estávamos até meio farofeiros, afinal éramos 11 pessoas loucas para viver cada pedaço das férias.


O calor naquele verão estava praticamente no nível Deserto do Saara, sensação térmica de 58º na areia.
E eu já comecei errando....quis alargar uma calça jeans nova e fiz a viagem SP-RIO de carro com a bendita calça. Quase morri “enfornada” e a bendita não alargou, aff!
Depois daquela viagem “justa, muito justa, justíssima”, chegamos à casa que havíamos alugado em Niterói. Foi então que percebemos que alguns teriam que dormir na cozinha, afinal não havia espaço.
Pensamos: ah, tudo bem...é festa, é verão, alalaô alaô ô ô!

Sério gente, já na primeira noite constatamos que: ou era calor absurdo ou pernilongo picando a geral. Por isso meu lema sempre será: pernilongo bom é pernilongo morto!

No dia seguinte, com os olhos enrugados de sono e pingando de calor, vimos que o chuveiro sobrecarregava a energia da casa. Foi então que os meninos fizeram um “gato” no lindo gramado que ficava no quintal. Coisa fácil e bem útil, vou até deixar a receitinha: “Improvisando uma ducha”.

Você vai precisar de:
 - 1 vassoura
 - 1 mangueira
 - 1 torneira que tenha água
 - 1 galão de 5 litros vazio
Pegue a vassoura e a use como suporte para a mangueira. Amarre a mangueira dentro do galão que deve conter pequenos furos em sua base. Não esqueça de conectar a mangueira na torneira com água e voilá: está pronta a sua ducha comunitária.

Sim minha gente, isso foi feito e as 11 pessoas usavam aquela ducha.
À noite, concorríamos com os pernilongos...mas tudo bem, afinal só queríamos aproveitar o verão, alalaô alaô ô ô!

Ao chegar à praia, percebemos que era impossível deitar na areia ou permanecer sem guarda-sol. Após longos anos de praia alguns sabiam, outros não. Sendo assim, nos tornamos uma pequena população dentro de 1m2 de areia, pois poucos resolveram investir em guarda-sol. Até o dia em que a população ficou desabrigada, pois o vento levou nosso teto. Uma baixaria em plena areia de Itaquatiara. Mas tudo beeeem, ainda queríamos curtir o verão, alalaô alaô ô ô!.


Naquele dia, encontramos nossa querida amiga Gigia.
Sabem aqueles ícones que marcam presença, tipo Narcisa que todo mundo conhece? Então gente, essa era a Gigia.
Acho que foi uma das mulheres mais inteligentes que conheci. Às vezes era tão tagarela que a gente tinha que pedir um tempo. Mas tinha um coração que cabia todo mundo.
A Gigia morreu há pouco tempo, foi um câncer. Que saudades.

Os pais dela moravam em Niterói, numa casa maravilhosa com vista para o Rio, ou melhor, para o Corcovado (babem babys, babys babem).
Ela morava em SP e os visitava nas temporadas.
Uma parte dos amigos ficou hospedada lá na Mansão e nós, a turma dos 11, ficamos na Maloca alugada mesmo (e pensar que também fomos convidados e não aceitamos achando que íamos atrapalhar, ela só queria nossa companhia).

Mas voltando ao que estava contando.
Nos encontramos na praia e ficamos no maior papo. Estavam ela e a Lili.
A Lili era uma vira-lata muito da serelepe, não respeitava a canga de ninguém...nem o milho, o sacolé, a cadeira, nada nada!
A cena mais engraçada era a Gigia andando no meio das pessoas procurando e chamando: Liliiii, oh Liliiiii...(mega sotaque cariouuuca).
Uma forma de amenizar a energia da cachorra era levá-la pra água. Acontece que o mar não estava pra banho, eram ondas gigantes que derrubavam a Gigia e a Lili de uma forma que até cambalhota elas davam. Mas a Gigia fingia que estava tudo bem e falava para o Rick:
 - Ae Rick, são 37 anox de Itaquatiara, tu tá me entendenu?
 

Depois desse dia cheio de diversão, voltamos acabados para a casa.
Tomamos nosso banho improvisado e arrumamos o colchão do Lucas na cozinha.
Cada um foi para o seu aposento, deitou a cabeça no travesseiro, usou sua mão para matar os pernilongos e começou a escutar um latido anormal.
Sério gente, aquilo não era cachorro normal. Era tipo um mutante que latia tentando falar. Sei imitar direitinho, pois nunca mais saiu da minha cabeça.
No dia seguinte descobrimos que éramos vizinhos de um hotelzinho para cães.
Confesso que nessa hora não dava mais para falar “tudo bem, só queremos o verão, alalaô alaô ô ô!”.

Depois de mais um dia de calor e certa irritação, decidimos que as circunstâncias não nos venceriam. Era véspera de réveillon, preparamos nossos quitutes, colocamos a roupinha branca de festa e fomos para a casa da Gigia.

O clube dos 11 desceu de seus carros e dim-dom. Assim que tocamos a campainha, 2 rottweilers gigantes que latiam loucamente vieram correndo dos fundos da casa.
De um lado do portão estávamos nós – arrumadinhos e com quitutes na mão.
Do outro lado estavam eles – loucos para abocanhar qualquer coisa viva.  
Na época, o Gabriel (filho da Hsu) tinha 8 anos. Um dos meninos (adulto e não criança) simulava que iria jogá-lo aos cachorros, que por sua vez ficavam mais doidos ainda. E todo mundo morria de rir.
Só que em meio à isso tudo, o portão começa a abrir. Sim, uma das meninas que estava dentro da casa não viu que a cachorrada estava solta e PÁH, abriu o portão.
Era nêgo correndo pra tudo que era lado. Uma tentou subir numa mini árvore de mini saia. Outra subiu num carro. O Gabriel ficou paralisado na frente dos cachorros. Outros gritavam subindo o morro, mas sem deixar a comida cair. Foi uma baixaria sem fim.
E os cachorros? Ah, os cachorros viram a situação e devem ter pensado “eu que não vou comer esse povo bobo não”. Entraram e deitaram como se nada tivesse acontecido.
Nós, a turma, entramos com o coração na boca. Logo deu meia noite e não comemos nada, a fome veio de madrugada e a primeira refeição do ano foi um belo Big Mac.

A viagem continuou acontecendo com momentos como esses, mas o final foi de matar. Arrumando as malas o cachorro mutante começou com seu show noturno e eis que uma pessoa do hotelzinho grita “Fica quieto, Lucas”.
Sim gente, o nome dele era Lucas. O Lucas, meu amigo, estava conosco e dormiu na cozinha a viagem toda. Ficou no ar a dúvida: seria o Lucas um Jorge Tadeu dos tempos modernos?

Ah, mas tudo bem, afinal só queremos o verão, alalaô alaô ô ô!