Por isso, minha gente linda:
vamos viver 2013 de ponta a ponta da forma mais linda e prontos para colher as
maiores bençãos da face dessa Terra!
Tive um réveillon MARAVIJOSO,
com gente da melhor qualidade e que amo demais! Antes disso, tive um Natal
cheio de amor...afinal em casa que tem criança, cachorro e piscina não falta
diversão e amor, né?
E no meio da empolgação dos
happy holidays, lembrei de um réveillon com altaaaaas emoções. Daí pensei:
“para tuuuuudo, tenho que contar isso pá galerê”.
2007 para 2008. Sol, verão,
praia e areia carioca a todo vapor.
Sabem quando paulista até morde
os “beiço” rumo ao Rio?
Parece que não cabe mais
felicidade dentro das pessoas, né? Confesso que estávamos até meio farofeiros,
afinal éramos 11 pessoas loucas para viver cada pedaço das férias.
O calor naquele verão estava praticamente no nível Deserto do Saara, sensação térmica de 58º na areia.
E eu já comecei errando....quis
alargar uma calça jeans nova e fiz a viagem SP-RIO de carro com a bendita
calça. Quase morri “enfornada” e a bendita não alargou, aff!
Depois daquela viagem “justa,
muito justa, justíssima”, chegamos à casa que havíamos alugado em Niterói. Foi então
que percebemos que alguns teriam que dormir na cozinha, afinal não havia
espaço.
Pensamos: ah, tudo bem...é
festa, é verão, alalaô alaô ô ô!
Sério gente, já na primeira
noite constatamos que: ou era calor absurdo ou pernilongo picando a geral. Por
isso meu lema sempre será: pernilongo bom é pernilongo morto!
No dia seguinte, com os olhos
enrugados de sono e pingando de calor, vimos que o chuveiro sobrecarregava a
energia da casa. Foi então que os meninos fizeram um “gato” no lindo gramado
que ficava no quintal. Coisa fácil e bem útil, vou até deixar a receitinha: “Improvisando
uma ducha”.
Você vai precisar de:
- 1 vassoura
- 1 mangueira
- 1 torneira que tenha água
- 1 galão de 5 litros vazio
Pegue a vassoura e a use como
suporte para a mangueira. Amarre a mangueira dentro do galão que deve conter
pequenos furos em sua base. Não esqueça de conectar a mangueira na torneira com
água e voilá: está pronta a sua ducha comunitária.
Sim minha gente, isso foi feito
e as 11 pessoas usavam aquela ducha.
À noite, concorríamos com os
pernilongos...mas tudo bem, afinal só queríamos aproveitar o verão, alalaô alaô
ô ô!
Ao chegar à praia, percebemos
que era impossível deitar na areia ou permanecer sem guarda-sol. Após longos
anos de praia alguns sabiam, outros não. Sendo assim, nos tornamos uma pequena
população dentro de 1m2 de areia, pois poucos resolveram investir em guarda-sol.
Até o dia em que a população ficou desabrigada, pois o vento levou nosso teto.
Uma baixaria em plena areia de Itaquatiara. Mas tudo beeeem, ainda queríamos
curtir o verão, alalaô alaô ô ô!.
Naquele dia, encontramos nossa querida amiga Gigia.
Sabem aqueles ícones que marcam
presença, tipo Narcisa que todo mundo conhece? Então gente, essa era a Gigia.
Acho que foi uma das mulheres
mais inteligentes que conheci. Às vezes era tão tagarela que a gente tinha que
pedir um tempo. Mas tinha um coração que cabia todo mundo.
A Gigia morreu há pouco tempo, foi
um câncer. Que saudades.
Os pais dela moravam em Niterói,
numa casa maravilhosa com vista para o Rio, ou melhor, para o Corcovado (babem
babys, babys babem).
Ela morava em SP e os visitava
nas temporadas.
Uma parte dos amigos ficou
hospedada lá na Mansão e nós, a turma dos 11, ficamos na Maloca alugada mesmo
(e pensar que também fomos convidados e não aceitamos achando que íamos
atrapalhar, ela só queria nossa companhia).
Mas voltando ao que estava contando.
Nos encontramos na praia e
ficamos no maior papo. Estavam ela e a Lili.
A Lili era uma vira-lata muito
da serelepe, não respeitava a canga de ninguém...nem o milho, o sacolé, a
cadeira, nada nada!
A cena mais engraçada era a
Gigia andando no meio das pessoas procurando e chamando: Liliiii, oh Liliiiii...(mega
sotaque cariouuuca).
Uma forma de amenizar a energia
da cachorra era levá-la pra água. Acontece que o mar não estava pra banho, eram
ondas gigantes que derrubavam a Gigia e a Lili de uma forma que até cambalhota
elas davam. Mas a Gigia fingia que estava tudo bem e falava para o Rick:
- Ae Rick, são 37 anox de Itaquatiara, tu tá
me entendenu?
Depois desse dia cheio de
diversão, voltamos acabados para a casa.
Tomamos nosso banho improvisado
e arrumamos o colchão do Lucas na cozinha.
Cada um foi para o seu aposento,
deitou a cabeça no travesseiro, usou sua mão para matar os pernilongos e
começou a escutar um latido anormal.
Sério gente, aquilo não era
cachorro normal. Era tipo um mutante que latia tentando falar. Sei imitar
direitinho, pois nunca mais saiu da minha cabeça.
No dia seguinte descobrimos que
éramos vizinhos de um hotelzinho para cães.
Confesso que nessa hora não dava
mais para falar “tudo bem, só queremos o verão, alalaô alaô ô ô!”.
Depois de mais um dia de calor e
certa irritação, decidimos que as circunstâncias não nos venceriam. Era véspera
de réveillon, preparamos nossos quitutes, colocamos a roupinha branca de festa
e fomos para a casa da Gigia.
O clube dos 11 desceu de seus
carros e dim-dom. Assim que tocamos a campainha, 2 rottweilers gigantes que
latiam loucamente vieram correndo dos fundos da casa.
De um lado do portão estávamos
nós – arrumadinhos e com quitutes na mão.
Do outro lado estavam eles –
loucos para abocanhar qualquer coisa viva.
Na época, o Gabriel (filho da Hsu) tinha 8
anos. Um dos meninos (adulto e não criança) simulava que iria jogá-lo
aos cachorros, que por sua vez ficavam mais doidos ainda. E todo mundo morria
de rir.
Só que em meio à isso tudo, o
portão começa a abrir. Sim, uma das meninas que estava dentro da casa não viu
que a cachorrada estava solta e PÁH, abriu o portão.
Era nêgo correndo pra tudo que
era lado. Uma tentou subir numa mini árvore de mini saia. Outra subiu num
carro. O Gabriel ficou paralisado na frente dos cachorros. Outros gritavam
subindo o morro, mas sem deixar a comida cair. Foi uma baixaria sem fim.
E os cachorros? Ah, os cachorros
viram a situação e devem ter pensado “eu que não vou comer esse povo bobo não”.
Entraram e deitaram como se nada tivesse acontecido.
Nós, a turma, entramos com o
coração na boca. Logo deu meia noite e não comemos nada, a fome veio de
madrugada e a primeira refeição do ano foi um belo Big Mac.
A viagem continuou acontecendo
com momentos como esses, mas o final foi de matar. Arrumando as malas o
cachorro mutante começou com seu show noturno e eis que uma pessoa do
hotelzinho grita “Fica quieto, Lucas”.
Sim gente, o nome dele era
Lucas. O Lucas, meu amigo, estava conosco e dormiu na cozinha a viagem toda.
Ficou no ar a dúvida: seria o Lucas um Jorge Tadeu dos tempos modernos?