segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A vergonha do amor!

PARA OUVIR O POST ENQUANTO LÊ A MÚSICA: 
 http://www.youtube.com/watch?v=DHEOF_rcND8

Aos 5 anos tive a maior declaração pública de amor e você pode não acreditar, mas travei de tanta timidez. Calma, eu explico.

Tad Lapin

Não sei o porquê, mas grandes coisas aconteceram nas minhas idades com o número 5. 
Sim, tudo começou aos 5, quer dizer, um pouco antes. Dos 4 para os 5 algo estava diferente. 
Era uma vez a Michelinha do cabelo comprido, meio liso e meio encaracolado que tinha que ir à escola.
Não queria, minha casa era tão legal...lá eu podia ver os vizinhos italianos brigando ou a vizinha carnavalesca experimentando sua fantasia linda e cheia de brilhos. Podia brincar na rua (mas atenção, estava proibida de atravessar a rua, isso eu só poderia fazer aos 8 anos). Podia tomar groselha com leite quando bem entendesse. Podia subir na árvore de amora e comer direto do pé, sem lavar. Podia brigar com o meu irmão, morder meu próprio braço e falar pra minha mãe que tinha sido ele. Podia deixar meu lado hippie falar mais alto. Podia brincar e só brincar.


Aos 4 (quase 5), hipponga e feliz.


Mas não...nãaao. Aos 5 veio o primeiro peso de responsabilidade. Lembro até hoje da blusinha branca com manga bufante, saia jeans, meia soquete, bamba branco e bolsinha roxa de lado. Look do dia para o primeiro dia. Tudo bem que teria responsabilidade, mas tinha que ser dentro da moda, ok?

Cheguei naquele lugar que parecia gigante e naquela sala com 7 alunos, uma multidão para a pequena Michelinha.
Parei, olhei e chorei.
Simmm, eu chorei.
Não queria aquela coisa, não queria gostar daquela vida nova, não queria mudar tudo o que já tinha. - Ai que saco, devo ter pensado.
Mas obediente que sou, engoli o choro e fui.

A primeira semana foi difícil.
Uma menina que era a líder da galera me odiava e sabem o que ela faziaaa?? Abaixava a minha saia na frente dos meninos. E eu: buáaaa. Tadinha de mim, muita dó.
Na segunda semana minha expectativa já era outra. Minha mãe falou que ia mudar para o meu prédio uma menina da mesma idade. Fiquei tão feliz e curiosa que nem ligava mais para as provocações da feiosa.
Na terceira semana meu mundo caiu, a monstra que me zoava na escola mudou para o meu prédio.


- NÃAAAO, eu não acredito mãe...por que isso tem que acontecer comigo? Buáaaaaa....

Ahhh como eu chorei. Não entendia a injustiça da vida. Estava cansada de brincar com o meu irmão, já minha irmã que era mais velha só queria namorar.
A primeira menina do meu prédio tinha que ser ela? Não entendia aquilo.

Mas minha mãe não quis saber, me pegou pela mão e dim-dom:

 - Olá querida, tudo bem? Essa é a Michele, minha filha, sei que já se conhecem da escola e ela vai ficar aqui na sua casa até se tornarem amigas. Dá beijo Russinha (sim, minha mãe me chama assim, não me pergunte o motivo), tchau.

Ficamos olhando para a cara da outra. Cri cri cri.
Descobri que ela morria de medo da minha mãe e acho que foi por isso que resolveu que seria melhor ser minha amiga.

Na sexta semana eu já dominava o Pré.  - E ai, man...qualé Cirilo?!
Estava toda engendrada na galera, toda me achando.

Christine Roussey

E ai chegou abril e com ele a esperança de ser mais adulta. Tchau 4, venha 5 anos. CINCO...uma mão cheia de dedos. Um tapa na cara. Um tchau. Um péra ai. Um aceno. CINCO.

Lembro que o dia estava lindo. Lembro de pedir para a minha mãe passar a jardineira jeans e fazer um laço bem lindo. Lembro que caminhei pelas ruas da Pompéia me achando o máximo. Eu que de nada lembro, lembro disso tudo.

Cheguei feliz da vida na escola, esperei o “parabéns Mi” de cada amiguinho, mas nada. Da monstra que não era mais monstra, e nada. Da professora, e nada. Da tia da merenda, e nadica de nada. Loser, forever alone!!!
A manhã passou e quase na hora de ir embora, o menino mais lindo que já vi aos cinco anos, entrou com um bolo na mão: “parabéns pra você, nessa data querida...é hora é hora rá tim bum...”, e a classe numa empolgação sem fim cantou o “Parabéns” mais emocionante da minha vida.

Ali Pie

De repente as lágrimas não cabiam mais nos meus olhos, minha alma não conseguia segurar toda aquela emoção e meu corpo fez elas saírem. Uma a uma, escorriam dos meus olhos, passeavam pelas bochechas e caiam no chão. Outras vinham para a boca, bem salgadinhas. Era capaz até de ouvir uma musiquinha bem fofa de fundo, mas de repente parece que o disco riscou...o “menino mais lindo” olhou bem pra mim e falou:

  - Ahhhh olha só, ela tá chorando. Lá lá lá Michele chorona!

Nunca senti tanta vergonha na vida. Que ódio!
Mas o dia passou e eu já tinha CINCO ANOS. E mais, tinha chegado o final de semana, ficaria sem ver a galera por 2 dias. Sabem o que são 2 dias para uma criança? Uma nano eternidade. Eles iam esquecer o meu descontrole.

Além disso quando cheguei em casa tinha a roupa mais linda em cima da cama com uma boneca que nunca mais esqueci, a "Stéfanne". Também tinha x-salada, batata frita e bolo de suspiro com sorvete. Tá bom ou quer mais?

Queroo maiss!!

Então tem mais, chegou o domingo e com ele a estreia da principal peça de teatro do meu pai até aquele momento. 
Por meses ele escreveu, montou cenário, ensaiou loucamente.
O teatro estava lotado, todas as cadeiras preenchidas, aquele burburinho e a cortina vermelha gigante e imponente.

ABREM-SE AS CORTINAS e começam as sensações: risadas, emoção, susto, ansiedade, mais risadas e palmas, muitas palmas no final. Foi quando ele, o escritor e ator principal, disse em alto e bom som:

 - Hoje a menina que mais amo está aqui, fazendo 5 anos. Michele, filha, levanta e receba as palmas do público.

De novo lá estava eu, emocionada e sentindo o coração sair do peito, mas não...ele continuou e o que saiu foi um balde de lágrimas dos meus olhos.
Travei de timidez, mas senti toda a parte daquela pequena vida ser preenchida por um amor que não se descreve com palavras. Me sentia acolhida, querida, necessária na vida das pessoas.

Aos 5 anos travei pela primeira vez, porque ali descobri que se sentir amada é bom. Dá medo, trimilique, arrepio e as vezes até vontade de chorar, mas é tão maravilhoso que nada supera essa sensação.

"O amor nunca precisa mudar quem você realmente é." Dale Keys


sábado, 5 de outubro de 2013

Stupid Girl! :)

PARA OUVIR O POST ENQUANTO LÊ A MÚSICA:

E lá vamos nós para mais uma daquelas situações "paraládenormais". São situações bizarras que parecem ter saído do roteiro de um escritor que estava bem maluco!


A questão, minha gente, é que andar na rua produz material para enriquecer a vida da gente...FATO!

Esses dias sai de casa me sentindo poderosa, sabem? Sei lá, sai confiante, feliz, com vontade até de abraçar o porteiro, a vizinha, a tiazinha costureira, todo mundo.
Era uma sexta linda de céu azul, sol da primavera e flor no chão. Tinha uma brisa soprando e dando um efeito Beyoncé no meu cabelo.




Pisei na faixa de pedestres para atravessar e um carro da polícia federal estava parado, meio que estacionado. Ai ficou aquela situação meio boba: vou - não vou - vou – não vou....olhei pro puliça motorista que fez um gesto do tipo “vai” e quando fui, o puliça federá bonitão que estava no banco do passageiro, num tom seco e direto, falou:

- SENHORA OU SENHORITA?
Assustada e meio sem entender bem, respondi: 

- Senhorita!


- MORADORA DA REGIÃO?

- Sim, moradora. 
(e ai lascou, porque quem me conhece sabe que a pessoa mais encanada com movimentos estranhos na rua SÔI DJÓ. Logo pensei: tem gangue no pedaço, preciso de um spray de pimenta).

- NOME?

- Michele!

O tom de voz mais grosso que já ouvi: 
- QUANDO PERGUNTO UM NOME, QUERO COMPLETO.

- Michele Merlucci, senhor! 
(brincadeira, não falei o "senhor", mas quaaaase)

- NÃO ENTENDI NADA, SOLETRA AI SEU SOBRENOME.

E eu, quase chorando: 
- M-E-R-L-U-C-C-I: Emê, E, Érrê, Élê, Ú de uva, Cê, Cê, Í de igreja. Mas moço, por que?

- PORQUE VOCÊ É LINDA, HEHEHE.

- Ah tá, brigada. 
E lá fui eu, cabeça baixa e muita vergonha na cara. 
Pela minha visão periférica vi que ele e o motorista estavam se rachando de rir. Acho até que dei uma trupicadinha ao atravessar, mas tudo bem vai. Nem olhei para trás e fiquei mega tensa de receber uma nova solicitação de amizade no "feicibuki". 
Não parece, eu sei que não, mas sou muito tímida nessas situações. 




Não, eu não sou linda...tenho o meu charme, mas não é essa coisa de louco não. De qualquer forma acredito muito na mensagem que passamos para as pessoas, naquela coisa que vem de dentro.

Talvez a mensagem emitida por mim seja: 
- pode me zoar que sou tonta.
Ou então: 
- sim, sou feliz no pouco, no muito e em qualquer situação.
Ou talvez seja só o momento mesmo e todo aquele papo de me sentir num clipe, meio Beyoncé, meio uh la la la.

Mas sério gente, sei bem o que está dentro de mim, mesmo errando toda hora só queria fazer um lugar melhor pra gente viver, sabe? 
Queria poder fechar os olhos e confiar no que falamos uns para os outros. Tem uma tristeza dentro de mim ao ver tanta injustiça, e do meu jeito tento lutar contra a falta de educação ou contra a insegurança das pessoas que nos magoam tanto.
Dentro de mim existe aquilo que chamamos de vontade louca de viver, de amar, de realizar uma coisa bem legal para os que amo de perto, os de longe e os que nem conheço.
Também existe aquela coisa de querer viver o resto dos dias viajando pelo mundo, com um amor daqueles de verdade, cheio de paz, risada, fotos lindas e sendo patrocinados por um programa de tv...hahaha...duvido que você também não queira isso.

Acho que o que vale no final é emitir uma mensagem, seja qual for, que seja autêntica, boa e que produza algo para você e para quem está ao redor.
O policial gato fez toda aquela cena e por causa da mensagem que emiti estou aqui escrevendo e você está ai lendo. S2 por isso.

Mas de tudo tudo tudooo, o que eu mais quero que exista dentro de mim, que seja visível e que atraia as pessoas é a presença genuína de Deus. Aiiii sim serei feliz de verdade, mesmo que alguns me achem estúpida..., tá valenu!
 
Com amor para você que me lê.
Michele Merlucci (Emê-E-Érrê-Élê-Ú de uva-Cê-Cê-í).



domingo, 15 de setembro de 2013

A gente!



Ahhhh eu sou apaixonada por gente.

Gente erra, gente mente, gente engana, gente machuca, gente suja, gente chuta, gente trai, gente rouba, gente mata, gente não tá nem ai.



Mas pôxa, gente emociona, gente ama, gente pega, gente beija, gente sorri, gente realiza, gente constrói, gente escreve, gente canta, gente pinta, gente dança, gente abraça, gente faz gente, gente transforma o mundo.

Não perco minha fé em gente, não posso me dar esse desprazer. 
Tem tanto amor dentro de mim que se não houver gente para compartilhar é melhor que nem exista.



Esses dias presenciei cenas tristes, gente enganando gente. Mas daí pensei: e se essa for uma oportunidade da gente enganada mudar de vida? Às vezes a gente só se liga assim.

Tá na hora de aprender com gente boa e gente ruim, sabe.
Tá na hora da gente se juntar e mudar aquilo que a gente tanto reclama.
Tá na hora de aceitar gente diferente.
Tá na hora de ser mais gente.

Gente, vamô?


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Alguns dias depois de ontem.


Volteiiiiiiiiiii! Estava cansada, com os nervos à flor da pele e não conseguia escrever. Mas agora ‘vim que vim que vim com tudo’.

Tive 10 maravilhosos dias ao lado da família no centro desse Brasil, sol, sombra, água fresca e muita alegria. Mas voltei e o vôo da volta foi bem tenso. Uma ventania daquelas e que tem tudo a ver com esse post...

Há alguns meses eu tinha reuniões mensais no Riouuu de Janeirouuu. E que maravilha que é ter trabalho no Rio. Quer dizer, para mim seria uma maravilha morar por lá, mas se Deus me quis em SP: tu-do-bem!

A última reunião foi em março, minha cliente marcou numa segunda e eu que não sou boba nem nada, embarquei na sexta mesmo.

Tive um final de semana MARAVIJOSOOOO com meus queridos Renato e Tati.


O Rê é meu amigo há mileum anos. É daqueles amigos irmãos da vida inteira. E a Tati é a linda esposa que se tornou minha amigona, parça, truta forever.

Não ficamos um segundo no apê delicia deles na Barra, pois reviramos todos os cantos daquela cidade - do Leblon à Sapucaí - e o final de semana “pareceu” uma semana.

D-E-L-I-C-I-O-N-E!!


A Tati, o Rê, eu e o mousse mais delícia de todos os tempos.

Tipo Vegas, baby.

Meninos do Rio.


Olha o Mateeeee!

Sim, é a Mangueira!

Já quero aproveitar e postar dica boa aqui.

Todo mundo falava: Mi, você tem que conhecer o La Bicyclette...é a sua cara!

E isso começou a aguçar minha amiga curioside, porque sei bem que os “lugares de café” no Rio são o must, então fiquei louuuuuuuca para conhecer esse.

Sendo assim, los três amigos, chegaram à essa 8ª maravilha do mundo.

É caro? É caro!

Mas é bom? É muitooooo bom, minha gente!

Claro que faz bem sair de casa com um suco ou biscoitinho na barriga, porque não se engane: você enfrentará fila. Mas é uma fila até que ok, porque o lugar tem assunto: fica na frente da Globo no Jardim Botânico (que não é a Globo glamour, mas tudo bem), tem um monte de gente legal com roupas pra gente imitar (ou falar mal, hehehe), gringaiada descolada e o charme nos detalhes da decoração.

Com o olho maior do que a barriga pedi um croque monsieur, um pain au chocolat, pão disso, pão daquilo, aquilo outro e quase tive um treco de tanto comer, mas agora tenho propriedade para falar que VALE A PENA, é delícia é gostoso, vai que vai que vai com tudo!

http://www.labicyclette.com.br/ 



O puro charme


Uma parte da gostosura.


A outra parte..nham!


Tudo charmoso.


Depois do banquete o final de semana continuou feliz, mas acabou e a segunda-feira chegou.

Totalmente embriagada pelos embalos da beleza carioca, combinei com a minha amiga Ba (e parceira no atendimento desse cliente) de almoçar num lugar bem gostoso antes da reunião.
 

Outra dica: Manekineko! Ô japorongo bom da gota!

Conheci esse restaurante no ano passado, quando uma super querida amiga, a Gi, me levou.

É um japa caro?

Sim, é caro!

Mas vem tudo que é digno num rodízio e de uma qualidade absurda. Vale a pena, gente!


http://www.manekineko.com.br

Bom, eu e a Ba comemos até quando já não cabia mais nada no estômago. E assim nos dirigimos à reunião, que por sinal foi OTEEEEMA. Daquelas reuniões que todo mundo se entende, compreende e ajuda. Acabou tão rápido que nem acreditamos que ainda era dia.

Olhei bem pra Ba e falei:
- Que tal se a gente for pra praia tomar uma água de coco e ver o por do sol?
E ela:
- Agooooooooooooooora!

E lá fomos nós, felizes da vida, lá lá lá lá.

Chegamos na Praia da Barra, na barraca do wake, no point dos cariocas mais descolados no esporte.
 

(eu peço) - Moço, duas águas de coco suuuuuuuuper geladas, por favor?
 
(moço da barraca responde) - Tem água de coco não!
 

(eu pergunto inconformada) - Nãooo? Então, sei lá...o que tem?
 

(moço da barraca continua respondendo normalmente)  - Tem refrigerante e brownie.

WHAT?? Porque cargas d’água paramos no único quiosque do Rio de Janeiro que não vende água de coco, apenas refrigerante e brownie?

 - Tá moço, então 1 brownie e 2 águas, peço resignada.

O dia foi lindo e eu tinha certeza que veria O PÔR do sol. Mas nada de sol e sim um céu muito louco, lindo e diferente. Uns formatos de nuvem que nunca vi. Um céu que parecia pintado.

Peguei meu telefone e comecei: clique, clique, clique...olha Ba q foto linda....clique clique.



Olha a Bá e olha a "vesgada"forte que eu dei.

O céu lindo.

Só eu não percebi....
Daí a Ba me chama e fala meio que sussurrando:
- Mi, tá vendo os caras do wake? Estão todos olhando pra gente.


- Ai credo, que tarados meu. Vamos pagar e vamos embora?


- Olha lá, eles olham pra gente e cochicham.


- Caramba BA, não acreditooo! Vou só tirar mais umas fotos e vamos embora, meu.


No meio da conversa chega um dos cariocas:
(carioca) - Ai, tu tá vendo a tempextade se formandu? Ceix num vão embora não?

 (nós) - Tempestade? Mas o céu tá tão lindo...tem certeza?

(carioca) – Ae, olha pra lá. Maix ae, anota meu e-mail e passa essaix fotox ae depoix...valeu.

Quando eu e Bá olhamos para o outro lado, vimos todos os pássaros do mundo fugindo do céu mais preto que já vimos na vida. Era simplesmente a cena “ao vivo” do filme “O Dia Depois de Amanhã”.

Falei: lascou Bá!


Talvez você não perceba, mas todos os pontos pretos no céu são pássaros fujões!
E tentei encontrar meu celular na bolsa (que estava na minha mão). Chamei o táxi, depois de 20 minutos de pânico a menina da empresa fala:

 - Senhora Micheleeeem? Olha, o táxi da senhoram pegou outro passageiro na rua, vai demorar unxx quarente minutoxx. Vai aguadar?

 - O que? Claro que não, moça. Estou vendo o mundo acabar ao vivo, mas gostaria de estar no táxi rumo a um lugar seguro.

 - Ok, então a senhora não expera?

 Manu-du-céu, que parte ela não entendeu?

Só sei que olhei bem pra Bá e falei: amiga, é agora ou nunca! Temos que achar um táxi para salvar nossas vidas. Bóra!

O vento ficava mais e mais forte.

Os pássaros já haviam fugido.

O mar ficou num azul lindo, mas de assustar.

Ahhh e aquela nuvem linda no céu só se forma quando tem um fenômeno desses....

Foi quando a primeira gota caiu....tuc.




E foi quando senti vontade de chorar, mas GRAÇAS A DEUS, apareceu um táxi que nos levou na mais completa segurança.

Depois tivemos notícias de que foi uma chuva forte, tensa, mas o mundo não acabou.

Ou seja, se você lê esse post é porque está tudo bem, os pássaros voltaram para suas casas e nós também.

A lição? Cuidado quando você para e fica fotografando o céu achando que está abafando e não esqueça: olhe o passarinhooo!

quarta-feira, 6 de março de 2013

A citronela reflexiva!


O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou.
Ec 3:15



Tempos de trabalho intenso, gente!
Sabe quando tudo entra em colapso? Então....

Mas isso faz refletir e lembrei-me de quando era pequena e ia para o Sertão de Boissucanga. 
Era mato que não acabava mais e era luz que acabava às 22h. Para chegar à casa na Beiro Rio enfrentávamos estrada de terra com alguns rios no meio.

Lembro que a Weimaraner da amiga da minha mãe sempre me empurrava do colchãozinho quando todos dormiam, aquela safada!
Mas o mais trash mesmo era os borrachudos. Eles não tinham piedade, pois atacavam a carne fresca e suculenta dos meros mortais. A única solução para aplacar um pouco era acender velas de citronela pela casa. Mesmo assim, eles nos trucidavam e no corpo levávamos as lembranças de um final de semana no sertão da praia.

Acabei de sentir o cheirinho da citronela e sabe do que lembrei?

Borrachudos?

( x ) NÃOOOOOOO!

Lembrei da minha infância, gen-te!
Lembrei da felicidade que sentia ao estar com a minha família e amigos num dos litorais mais lindos do mundo.
Lembrei que antes a praia era bem cuidada e respeitada.
Lembrei que os rios eram cheios de água e os climas correspondiam às estações: calor no verão, tempinho mais ameno no outono, frio ducaramba no inverno e a beleza das flores anunciando a primavera.
Lembrei que não precisava fotografar o mar para mostrar que ia à praia.
Lembrei que minha mãe fazia cheese salada com batata frita para comemorar aniversário.
Lembrei que era tudo tão simples...



Lembrar de tudo isso foi lindo, porque pude perceber que a gente tem que viver o presente e PRONTOACABOU! Passado não volta, futuro não aconteceu.
Amanhã vou lembrar de hoje e qual a lembrança que terei se não viver bem vivido, não é mesmo?

Tem um monte de treta no momento atual da minha vida, mas tu-do-bem, porque no meio disso tem tanta coisa legal também.

E se não fosse assim, não estava escrito:

Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.
Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.
Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida.
Eclesiastes 3:10-12

Hoje estou assim, toda trabalhada na reflexão. Que seja bom para você, assim como tem sido para mim.

Amanhã posto uma historinha daquelas engraçadas e verdadeiras, já que as Michelices não param um minuto, ô loco!

Um beijo meu.
Mi

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

The walking dead!


Ótima pauta para um retorno ao blog, genteee! Afinal depois dessa longa pausa, tinha que ter assunto bom pra gente morrer de rir.
Mas sério, tem coisa que só acontece aqui. Na real acho que também acontece ai, mas vocês não me contam...falem a verdade?!

Os jornais contaram o baphooo que foi a chuva de ontem em São Paulo, né?
Caiu aquela tempestade com trovões que até pareciam tiro, daí pronto, meia hora e a cidade fica um caos. Os lugares completamente alagados. Rico, pobre, cachorro e até passarinho foi prejudicado.


A agência fica no Itaim e não tinha condições de sair com carro naquele caos. 
Eram 20h e caia uma chuvinha leve, então peguei minha sombrinha e falei: “tchau genteee, vou andar um pouco e depois pego um ônibus ou táxi...tchau.” E sai, toda serelepe pelas ruas enlouquecidas de buzinas dos carros estressados. Foi quando a chuvinha leve se tornou um pouco pesada e, como não podia deixar de ser, calçava uma alpargata que ficou en-so-pa-da. Mas continuei e quando me dei conta tinha atravessado toda a Av. Faria Lima (saindo da Juscelino Kubitschek) e lá estava eu na Pedroso de Moraes e depois na Diógenes e depois...depois...depois, cheguei em casa no Alto da Lapa!!!! 


Caracaaaa, andei 8 km e estava quase colocando os “bofe” pra fora. Atravessei árvores estateladas no chão, ouvi gente xingando a vida, vi cenas de filme quando o mundo está pra acabar e fiquei sem dignidade nenhuma: alpargata ensopada, cabelo arrepiado, pele suada, bolha no pé e olhar vazio.
Foi quando vislumbrei meu prédio e um milésimo de felicidade percorreu todo o meu ser, sim...um milésimo, pois chegando cada mais perto foi possível ver QUE NÃO TINHA LUZ NO QUARTEIRÃO IN-TEI-RO! E só para constar, moro no 13º andar, que só para constar de novo: é o último de todo aquele prédio!

Michele: - Oi Zé, há quanto tempo não temos luz?
Zé – Ihhhh, desde às 17h...agora já são 22h e não tem previsão não. Acho melhor encarar a escada mesmo.

Arrasada, resgatei as últimas forças e fiz o step forçado.
1, 2, 3, 4 pra ficar maneiro joga o clima lá no altoooo! 
Não gente, continua contando: 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 quase morrendo, 12 e 13 cheeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeia de felicidade!

Abri o apto e fui jogando tudo pela sala: blusa, alpargata, guarda-chuva, bolsa, etc. Eu só queria uma copo d’água peloamordeDeus
Chego na cozinha e vejo a cena:

 - Galão de água lacrado na pia
 - Suporte ao lado
 - Garrafa que estava na geladeira vazia

E lembrei do pensamento naquela manhã: “- Ah to fora de virar galão agora, à noite faço isso!”

Unhe unhe nhéeeee....me lasquei! Mas o meu lado guerreira abriu e virou aquele galão em questão de segundos. Se fosse a prova do líder do BBB teria levado o carro e seria a rainha do Bial.

Outra prova do líder: ducha gelada limpando todo o corpinho. Venci bravamente!

Mas a última prova foi pior: ficar sem meu wifi naquela noite, já que o meu 3G não pegava de jeito maneira!
Foi quando depois de TUDO ISSO, sentei e uma lágrima correu pelo meu rosto. Andar, tomar chuva, subir 13 andares, banho gelado...tudo bem...mas ficar sem internet é tristeza demais!

Depois de horas ouvi um estouro e HOUVE LUZ! Abri na janela e gritei como uma maloqueira:  -vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiPalmeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeiras!
Pulei, gritei, fiz a dancinha da alegria e cansei tanto que dormi. Ou seja, pra que tanta festa?

Esse é meu mundo, essa é a minha missão: viver o improvável e dar risada com você!

Um beijo meu.
Mi

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Ano que começa bem, rola bem!

AMO ano que começa. Parece que os problemas acabaram naquele que foi embora e que tudo vai dar certo agora. Minha fé e esperança se renovam, deleto tudo o que não presta e só deixo aquilo que dá brilho na vida.
Por isso, minha gente linda: vamos viver 2013 de ponta a ponta da forma mais linda e prontos para colher as maiores bençãos da face dessa Terra!

Tive um réveillon MARAVIJOSO, com gente da melhor qualidade e que amo demais! Antes disso, tive um Natal cheio de amor...afinal em casa que tem criança, cachorro e piscina não falta diversão e amor, né?

E no meio da empolgação dos happy holidays, lembrei de um réveillon com altaaaaas emoções. Daí pensei: “para tuuuuudo, tenho que contar isso pá galerê”.

2007 para 2008. Sol, verão, praia e areia carioca a todo vapor.
Sabem quando paulista até morde os “beiço” rumo ao Rio?
Parece que não cabe mais felicidade dentro das pessoas, né? Confesso que estávamos até meio farofeiros, afinal éramos 11 pessoas loucas para viver cada pedaço das férias.


O calor naquele verão estava praticamente no nível Deserto do Saara, sensação térmica de 58º na areia.
E eu já comecei errando....quis alargar uma calça jeans nova e fiz a viagem SP-RIO de carro com a bendita calça. Quase morri “enfornada” e a bendita não alargou, aff!
Depois daquela viagem “justa, muito justa, justíssima”, chegamos à casa que havíamos alugado em Niterói. Foi então que percebemos que alguns teriam que dormir na cozinha, afinal não havia espaço.
Pensamos: ah, tudo bem...é festa, é verão, alalaô alaô ô ô!

Sério gente, já na primeira noite constatamos que: ou era calor absurdo ou pernilongo picando a geral. Por isso meu lema sempre será: pernilongo bom é pernilongo morto!

No dia seguinte, com os olhos enrugados de sono e pingando de calor, vimos que o chuveiro sobrecarregava a energia da casa. Foi então que os meninos fizeram um “gato” no lindo gramado que ficava no quintal. Coisa fácil e bem útil, vou até deixar a receitinha: “Improvisando uma ducha”.

Você vai precisar de:
 - 1 vassoura
 - 1 mangueira
 - 1 torneira que tenha água
 - 1 galão de 5 litros vazio
Pegue a vassoura e a use como suporte para a mangueira. Amarre a mangueira dentro do galão que deve conter pequenos furos em sua base. Não esqueça de conectar a mangueira na torneira com água e voilá: está pronta a sua ducha comunitária.

Sim minha gente, isso foi feito e as 11 pessoas usavam aquela ducha.
À noite, concorríamos com os pernilongos...mas tudo bem, afinal só queríamos aproveitar o verão, alalaô alaô ô ô!

Ao chegar à praia, percebemos que era impossível deitar na areia ou permanecer sem guarda-sol. Após longos anos de praia alguns sabiam, outros não. Sendo assim, nos tornamos uma pequena população dentro de 1m2 de areia, pois poucos resolveram investir em guarda-sol. Até o dia em que a população ficou desabrigada, pois o vento levou nosso teto. Uma baixaria em plena areia de Itaquatiara. Mas tudo beeeem, ainda queríamos curtir o verão, alalaô alaô ô ô!.


Naquele dia, encontramos nossa querida amiga Gigia.
Sabem aqueles ícones que marcam presença, tipo Narcisa que todo mundo conhece? Então gente, essa era a Gigia.
Acho que foi uma das mulheres mais inteligentes que conheci. Às vezes era tão tagarela que a gente tinha que pedir um tempo. Mas tinha um coração que cabia todo mundo.
A Gigia morreu há pouco tempo, foi um câncer. Que saudades.

Os pais dela moravam em Niterói, numa casa maravilhosa com vista para o Rio, ou melhor, para o Corcovado (babem babys, babys babem).
Ela morava em SP e os visitava nas temporadas.
Uma parte dos amigos ficou hospedada lá na Mansão e nós, a turma dos 11, ficamos na Maloca alugada mesmo (e pensar que também fomos convidados e não aceitamos achando que íamos atrapalhar, ela só queria nossa companhia).

Mas voltando ao que estava contando.
Nos encontramos na praia e ficamos no maior papo. Estavam ela e a Lili.
A Lili era uma vira-lata muito da serelepe, não respeitava a canga de ninguém...nem o milho, o sacolé, a cadeira, nada nada!
A cena mais engraçada era a Gigia andando no meio das pessoas procurando e chamando: Liliiii, oh Liliiiii...(mega sotaque cariouuuca).
Uma forma de amenizar a energia da cachorra era levá-la pra água. Acontece que o mar não estava pra banho, eram ondas gigantes que derrubavam a Gigia e a Lili de uma forma que até cambalhota elas davam. Mas a Gigia fingia que estava tudo bem e falava para o Rick:
 - Ae Rick, são 37 anox de Itaquatiara, tu tá me entendenu?
 

Depois desse dia cheio de diversão, voltamos acabados para a casa.
Tomamos nosso banho improvisado e arrumamos o colchão do Lucas na cozinha.
Cada um foi para o seu aposento, deitou a cabeça no travesseiro, usou sua mão para matar os pernilongos e começou a escutar um latido anormal.
Sério gente, aquilo não era cachorro normal. Era tipo um mutante que latia tentando falar. Sei imitar direitinho, pois nunca mais saiu da minha cabeça.
No dia seguinte descobrimos que éramos vizinhos de um hotelzinho para cães.
Confesso que nessa hora não dava mais para falar “tudo bem, só queremos o verão, alalaô alaô ô ô!”.

Depois de mais um dia de calor e certa irritação, decidimos que as circunstâncias não nos venceriam. Era véspera de réveillon, preparamos nossos quitutes, colocamos a roupinha branca de festa e fomos para a casa da Gigia.

O clube dos 11 desceu de seus carros e dim-dom. Assim que tocamos a campainha, 2 rottweilers gigantes que latiam loucamente vieram correndo dos fundos da casa.
De um lado do portão estávamos nós – arrumadinhos e com quitutes na mão.
Do outro lado estavam eles – loucos para abocanhar qualquer coisa viva.  
Na época, o Gabriel (filho da Hsu) tinha 8 anos. Um dos meninos (adulto e não criança) simulava que iria jogá-lo aos cachorros, que por sua vez ficavam mais doidos ainda. E todo mundo morria de rir.
Só que em meio à isso tudo, o portão começa a abrir. Sim, uma das meninas que estava dentro da casa não viu que a cachorrada estava solta e PÁH, abriu o portão.
Era nêgo correndo pra tudo que era lado. Uma tentou subir numa mini árvore de mini saia. Outra subiu num carro. O Gabriel ficou paralisado na frente dos cachorros. Outros gritavam subindo o morro, mas sem deixar a comida cair. Foi uma baixaria sem fim.
E os cachorros? Ah, os cachorros viram a situação e devem ter pensado “eu que não vou comer esse povo bobo não”. Entraram e deitaram como se nada tivesse acontecido.
Nós, a turma, entramos com o coração na boca. Logo deu meia noite e não comemos nada, a fome veio de madrugada e a primeira refeição do ano foi um belo Big Mac.

A viagem continuou acontecendo com momentos como esses, mas o final foi de matar. Arrumando as malas o cachorro mutante começou com seu show noturno e eis que uma pessoa do hotelzinho grita “Fica quieto, Lucas”.
Sim gente, o nome dele era Lucas. O Lucas, meu amigo, estava conosco e dormiu na cozinha a viagem toda. Ficou no ar a dúvida: seria o Lucas um Jorge Tadeu dos tempos modernos?

Ah, mas tudo bem, afinal só queremos o verão, alalaô alaô ô ô!